Olá! Sou a Paula Alexandra Oliveira,  mãe de três filhos e enfermeira parteira. 

as minhas mãos criam, embalam e não sossegam

Vivo dos porquês e de uma incessante procura pelas respostas aos meus muitos porquês. Eles levaram-me a mil e uma formações, duas licenciaturas e uma vida dedicada à maternidade. Não só, porque sou inteiramente mãe, mas, porque, acredito que nascer é uma bênção e deve ser o momento que fica, para sempre, gravado no coração de uma mãe.

Nasci em Moçambique. Sou a primeira filha de três e, em Nacala, cresci até quase aos 7 anos de idade, altura em que fui a última a viajar para Portugal. Sem os pais, longe dos irmãos que estavam com a avó paterna, fiquei em casa de familiares que não conhecia noutra cidade. Ao fim de um ano, os pais voltaram também e vieram para ficar e os irmãos regressaram. 

Voltei a ter a família junta e uma vida nova, para começar do zero. Assisti às batalhas dos meus pais, ao tanto que fizeram para, do nada, fazer crescer um negócio que nos sustentou. Essas batalhas moldaram-me e emprestaram-me a vontade, a genica, os porquês e a sagacidade para os deslindar. 

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Lá continuei caminho e eis que tropeço na enfermagem. Não foi paixão. Foi mais uma escolha dos meus pais, aquela que, diziam, garantir-me-ia sustento fixo e prolongado. E lá fui…

Acabei por me render aos ensinamentos e a toldar-me de amores pela obstetrícia, pela pediatria e pela psiquiatria. Na altura ainda não via o que me começava a deslindar… 

mas o destino haveria de me mostrar que há coisas na vida que nos encontram e se transformam nos nossos mais perfeitos encontros

Aos 23 anos, comecei a exercer a profissão e, dois anos depois, casei. A enfermagem tornou-se uma forma de viver, mas, para a compreender inteiramente, juntei-lhe muitas outras. As mãos, tanto embalam como criam, e as minhas não sossegam.

Cedo percebi que, com elas, criava, moldava, descobria-me e descobria os outros. Com elas, aproveitei para transformar ideias, dar vida a projetos mil e fiz da arte algo de especial, que me dava prazer, que ajudava a pagar contas e que me fazia feliz e aos outros também. Pintei t-shirts, figuras e estatuetas de gesso e criei ainda, de fio a pavio, molduras de madeira originais.

Ainda se juntaram peças religiosas de arte antiga, santos em caixas de vidros enfeitadas com flores e galões dourados (Registos de arte sacra), bordados, tricot, crochet e tapetes de arraiolos.

 

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Pelo meio, nasce o meu primeiro filho e rendi-me à maternidade. Três anos depois, nasceria o segundo, uma menina. Com ela veio a oportunidade de transformar o meu bacharelato de enfermagem em licenciatura, de me licenciar em Conservação e Restauro e ainda de fazer uma especialidade em obstetrícia… que tanto, tanto desejava. E, finalmente, tornei-me Parteira e as minhas mãos ganharam mais uma nova forma de dar vida.

Quando nasceu o meu terceiro filho, o turbilhão de emoções marcou, para sempre, a minha vida inteira. Mais do que nunca, a maternidade fazia-me sentido. A minha e todas as ‘maternidades’ que poderia ajudar a serem mais tranquilas. 

a mão que embala, voltou a moldar o que é novo, o que nasce, o que dá vida e sentido à nossa caminhada.

Aceitei o convite para criar um espaço para grávidas e nasceu toda uma nova forma de fazer. Ali ajudava mulheres numa das fases mais bonitas das suas vidasviverem de forma positiva a gravidez e a prepararem-se para o dia do nascimento, que lhes desse colo no pós parto e fosse com elas, pela mão, ajudando-as e aos seus bebés. 

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A esta paixão que, afinal, sempre vivera em mim, juntei-lhe dezenas de formações e outros cursos, sempre em busca das melhores respostas, dos melhores métodos, das melhores estratégias para uma gravidez informada, um parto mais humano, consciente, respeitado e um nascimento feliz.

Hoje sou a enfermeira que presta cuidados “diferentes”, que faz diferente, que questiona e enfrenta quem quer que faça igual a todos só porque “sempre foi assim”. Sou aquela que rejeita ideias obsoletas, sem fundamentos em evidências científicas que são, tantas vezes, o dia a dia das maternidades portuguesas. 

 

Hoje, sou quem te pode ajudar também a viver uma gravidez mais consciente, informada para que tenhas um parto tranquilo, respeitado e com escolhas. Sem angústias, dúvidas ou receios, geradas pelo desconhecimento. Para que nascer fique, para sempre, gravado no teu coração. Vens?

O que levar para a maternidade